
Paulo Guedes criou uma confusão tributária
Pedro do Coutto
Na quase totalidade dos índices, o Datafolha diverge do Ibope apenas em relação a Ciro Gomes. As duas pesquisas convergem quando colocam Jair Bolsonaro e Fernando Haddad nas duas primeiras posições. Convergem igualmente quando colocam Ciro Gomes em terceiro. Entretanto discordam quanto o percentual atribuído ao ex-governador do Ceará. O Ibope o coloca com 11 e o Datafolha com 13 pontos. O Ibope acentua que o terceiro posto reúne também Geraldo Alckmin. O Datafolha não. Registra uma diferença de dois pontos de Ciro Gomes sobre o candidato tucano. O panorama das duas pesquisas é o mesmo, mas vamos ver se nas próximas pesquisas permanecem nas mesmas proporções as três primeiras colocações.
Enquanto isso, Jair Bolsonaro discordou amplamente de Paulo Guedes quando o economista anunciou a criação de um imposto único na base da antiga CPMF que elevaria a carga tributária do país.
REINA A CONFUSÃO – Reportagem de O Globo, edição de ontem, destaca a confusão que Paulo Guedes causou na campanha de Bolsonaro. Foi chamada de primeira página também em O Estado de São Paulo, com base em reportagem de Tânia Monteiro e Leonardo Sato. Esta confusão deve acarretar reflexos em todo o país até que Bolsonaro dirija sua divergência de forma mais intensa. Ela se encontra desde quinta-feira nas redes sociais da Internet. Calculo que hoje seja matéria para os principais jornais do país.
O episódio, mais uma vez, ressalta o fato de que o poder não se transfere ou dá motivo para o enfraquecimento de governos e candidatos. O poder também não se divide, afirmação hoje histórica de Juscelino Kubitschek. Toda vez que a delegação de ideias ocorre, surgem contradições inevitáveis.
DISCORDÂNCIA – Paulo Guedes ocupou por 24 horas o espaço que cabe a Jair Bolsonaro. Paulo Guedes, destacado por Bolsonaro, inflou demais sua participação e adiantou uma ideia tributária, que, pelo visto não é da concordância do candidato do PSL.
Pois se fosse da concordância de Bolsonaro, este não teria desautorizado a colocação do economista-chefe de sua campanha. De tanto transferir a matéria econômica para alçada de Paulo Guedes, o Economista cresceu de importância e passou, no fundo, a tentar dividir o espaço do candidato a presidência com seu próprio espaço na assessoria. Foi uma espécie de hipnose que o atingiu, atingindo mais ainda o programa colocado por Bolsonaro junto ao eleitorado brasileiro.
ACIDENTE – Assim acontecem acidentes de peso nas jornadas eleitorais para a presidência do país. O efeito foi ruim, porém não creio que vá acarretar uma perda de votos para Bolsonaro. Os eleitores do candidato do PSL estão fechados com ele.
O tema em discussão, daqui para frente é sobre quem chegará ao segundo lugar, transferindo o resultado das eleições para 28 de outubro.
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